Conto Fantástico

                                                       O Espelho Enigmático

       Naquele dia já estava tarde, e o sol já estava se pôndo do outro lado da casa vizinha, e a chuva acabara de começar a cair. Eu estava na janela do meu quarto, observando aquela casa, cujos moradores acabaram de se mudar dali.
       A casa vizinha, parecia ser uma casa antiga , estava decrépita, de longe já dava para perceber a pintura descascada nos acabamento de madeira, e no terceiro andar uma janela tinha sido coberta com vidros partidos, escorados por tábuas de madeira. Lampiões de vitral que há muito tempo não eram polidos, ladeavam a porta de entrada.
      Tudo aquilo me causara uma sensação de medo, e ao mesmo tempo, de dúvida, pois a casa era muito misteriosa.
       Levada por minha curiosidade, fui até a casa vizinha, ao abrir a porta , vi uma sala de espera com janelas altas e cortinas pesadas, subi até o terceiro andar, os degraus começaram a ranger a cada passo, cheguei até um quarto escuro, não havia nada lá dentro , além de um espelho grande, redondo e com muito pó.
       O espelho me chamou a atenção, comecei a olhar fixo para ele, de repente ouvi passos nítidos movendo-se pelo cômodo, fazendo eco, parecia que alguém estava perambulando pela casa, de um cômodo para o outro, continuei com os olhos fixos no espelho, eu estava com as mãos trêmulas. Dentro do espelho, eu me vi falando coisas ruins, sem sentido, eu estava com a voz clara, mas tensa, e o rosto abalado, mas era como se não fosse eu dentro do espelho, porque eu estava parada na frente dele, paralisada, eu não sabia o que estava acontecendo, nada fazia sentido, eu estava com medo e com muitas dúvidas na cabeça.
      Voltei para casa, estava tão exausta que não conseguia raciocinar, a noite já tinha caído e o sol era um brilho opaco no céu encoberto.

                                    Francine Ribeiro